segunda-feira, 14 de novembro de 2011

21º Filme: A Greve

TÍTULO: A Greve
TÍTULO ORIGINAL: Stachka
ANO: 1924
DIRETOR: Sergei M. Eisenstein
DURAÇÃO: 94 min (1 hora e 34 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: nenhum


     "A Greve" marca a entrada do revolucionário diretor Sergei Eisenstein para a história do cinema soviético. Ela introduz às telas uma filosofia marxista de estética construtivista, repleto de cenas e conflitos sociais e simbolismos visuais.
     A história se passa em um distrito industrial na Rússia onde vive uma classe de trabalhadores insatisfeitos com suas condições nas fábricas. Após o suicídio de um colega de trabalho, que foi acusado injustamente de roubo por seus patrões,  o espírito revolucionário dos operários começa a fervilhar e inicia-se um levante do proletariado contra seus patrões desonestos e gananciosos.
     O filme é dividido em 6 partes que contam o desenvolvimento da greve dos operários, desde sua insatisfação inicial a seu desfecho impactante. Nessa obra, Eisenstein cria um ambiente tenso com imagens marcantes e comparações visuais nunca antes vistas no cinema. É interessante notar que em "A Greve", não há um protagonista no qual a obra gira em torno, mas sim uma grande massa de operários e seus rivais patrões. A trama não é focada em um único indivíduo mas no proletariado como um todo.
Comparações visuais na obra. Nesse caso, a interação de
 imagens do espião "O Coruja" e de uma própria coruja
     Fiquei muito intrigado e envolvido com a obra durante as três primeiras partes e o final, porém ao chegar nas partes 4 e 5, senti que a narrativa perdeu seu fluxo lógico, ou seja, perdi-me na história durante essas 2 partes intermediárias. No entanto, gostei muito das inovações visuais criadas pelo diretor, dos efeitos especiais e das cenas impactantes que concluem a obra, como um oficial de justiça atirando uma criança inocente do alto de um prédio ou mesmo a correlação entre o massacre final da guarda montada sobre os operários e fortes cenas de animais sendo abatidos em um abatedouro. 
     

Insatisfações incitam os operários a agir
     Tudo isso contribui para a construção de uma obra que seria a primeira de uma série de filmes nunca concluídos que ilustrariam a ascensão da filosofia marxista-lenista em uma nação fragilizada por conflitos internos e externos. "A Greve" é uma obra repleta de características únicas de Eisenstein, que seriam aproveitadas posteriormente em suas subsequentes obras mais famosas, como "O Encouraçado Potemkin" e "Outubro".

Nota: 6,0

21 obras vistas. 980 pela frente...

Próximo filme: "Ouro e Maldição" (1924)
     

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