quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

27º Filme: O Encouraçado Potemkin

TÍTULO: O Encouraçado Potemkin
TÍTULO ORIGINAL: Bronenosets Potyomkin
ANO: 1925
DIRETOR: Sergei M. Eisenstein
DURAÇÃO: 75 min (1 hora e 15 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: nenhum



     "O Encouraçado Potemkin" é sem dúvida um dos filmes clássicos mais conhecidos e polêmicos da história. Esta segunda obra do diretor Eisenstein nos oferece uma ampla visão sobre o desespero da população de Odessa perante suas injustas condições de vida e o ímpeto de uma revolução iminente.

     Embora de curta duração, a obra combina símbolos, formas, significados ocultos e cenas chocantes que de certa forma mascaram a verdadeira intenção do diretor, tornando a obra de difícil compreensão para muitos. Após assistir ao filme, devo concordar que não se trata de uma obra que proporciona entretenimento, mas sim uma experiência cinematográfica a ser estudada e analisada, dados seu momento histórico e a situação retratada.
Massacre na escadaria de Odessa
    É impossível falar de " O Encouraçado Potemkin" sem abordar sua cena mais marcante: o massacre da população de Odessa nas escadarias do porto. Uma mistura de fortes cenas que provocam espanto, nojo e horror despertam no telespectador uma sensação por vezes incômoda.
    Analisando a obra como um todo, não gostei do filme. Talvez seja necessária uma visão mais ampla do contexto em que foi criado para poder melhor entendê-lo e apreciá-lo.



Nota: 5,0

27 filmes vistos: 974 pela frente

Próximo filme: "Em Busca do Ouro" (1925)


domingo, 4 de dezembro de 2011

26º Filme: O Fantasma da Ópera

TÍTULO: O Fantasma da Ópera
TÍTULO ORIGINAL: The Phantom Of The Opera
ANO: 1925
DIRETOR: Rupert Julian/Lon Chaney
DURAÇÃO: 104 min (1 hora e 44 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: Lon Chaney (Erik/O Fantasma)



     "O Fantasma da Ópera", baseado no livro homônimo do escritor francês Gaston Leroux, sempre foi uma de minhas histórias favoritas e confesso que estava ansioso para chegar até este filme. No entanto, a primeira adaptação do livro foi decepcionante em muitos aspectos.

     O filme conta com cenários impressionantes da Universal Pictures, como o vasto submundo da Ópera de Paris, mas deixa a desejar com atuações "vazias", sem emoção e dotadas de exagero, salvo o antagonista Erik, interpretado por Lon Chaney de forma excelente.
     A história se passa na Ópera de Paris, palco de grandes produções teatrais que atraem a elite parisiense do século XIX. Nos bastidores, surge a lenda do famoso Fantasma da Ópera que reside nos subterrâneos do teatro e que desenvolve uma fascinação pela jovem Christine Daae - interpretada pela irritante Mary Philbin. Há ainda a presença do insosso heroi Raoul, namorado de infância de Christine e que não tem função nenhuma na trama.
Lon Chaney como o Fantasma da Ópera
     Erik, a verdadeira identidade do Fantasma, é uma criatura atormentada que vive escondido na escuridão do subsolo, longe das constantes humilhações sofridas em sua infância por causa de seu rosto deformado. Erik usa uma máscara que o caracteriza como O Fantasma e é interpretado brilhantemente pelo ator e co-diretor Lon Chaney.
    Essa é considerada a mais fiel adaptação da obra de Gaston Leroux, porém, em minha opinião, é muito inferior à versão musical de Andrew Lloyd Webber de 2004, que apresenta Gerard Butler no papel do Fantasma e Minnie Driver como a pomposa Carlotta. Mesmo com a presença de Lon Chaney e dos cenários da Universal Pictures, o filme continua sendo uma obra trash. Contudo uma cena que me impressionou foi o uso de Technicolor de duas cores na cena do baile de máscaras, caracterizando a primeira cena colorida na história dos 1001 Filmes.



Baile de Máscaras: a única cena colorida do filme


Nota: 4,0

26 filmes vistos: 975 ainda pela frente...

Próximo filme: "O Encouraçado Potemkin" (1925)

domingo, 20 de novembro de 2011

25º Filme: Sete Oportunidades

TÍTULO: Sete Oportunidades
TÍTULO ORIGINAL: Seven Chances
ANO: 1925
DIRETOR: Buster Keaton
DURAÇÃO: 56 min

MELHOR ATOR/ATRIZ: Buster Keaton (James Shannon)


     Mais um hilário clássico de Buster Keaton, sempre com suas tramas simples e "odisseias cômicas" muito bem elaboradas e encenadas, dando um ritmo dinâmico nas cenas que geram risos.

     Dessa vez, Keaton interpreta um jovem rapaz sócio de uma firma prestes a falir. Milagrosamente, um tio distantete lhe deixa de herança a quantia de 7 milhões de dólares, o que significaria a salvação de sua empresa se não fosse um cláusula na herança que exiga que o herdeiro estivesse casado até as 7 horas de seu 27º aniversário. O prazo final era exatamente naquele mesmo dia e nosso protagonista deve correr atrás de uma noiva que aceite se casar com ele até as 7 horas.
     Com uma trama muito bem elaborada, "Sete Oportunidades" apresenta cenas marcantes que geram risos em toda  plateia, como a igreja abarrotada de mulheres dispostas a se casar com James, enquanto ele dorme no banco da mesma igreja, sem perceber a multidão de noivas à sua espera.
     Outra cena-chave para o humor do filme é a sequência onde Buster Keaton é perseguido por noivas ensandecidas e por uma avalanche de pedras. Novamente uma brilhante obra de Buster Keaton, digna de pertencer ao gênero comédia dos 1001 filmes. 

Nota: 9,5

25 vistos: 976 restantes..

Próximo filme: "O Fantasma da Ópera" (1925) - primeira adaptação cinematográfica do clássico de Gaston Leroux.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

24º Filme: A Última Gargalhada

TÍTULO: A Última Gargalhada
TÍTULO ORIGINAL: Der Letzte Mann
ANO: 1924
DIRETOR: F. W. Murnau
DURAÇÃO: 87 min (1 hora e 27 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: Emil Jannings (o porteiro)



     "A Última Gargalhada" é o primeiro dos 1001 Filmes a ser narrado praticamente sem nenhum intertítulo que transcreva um diálogo, apenas um no começo do filme, e um epílogo informando o desfecho da história.
     Com uma trama extremamente simples, o filme é focado na vida do porteiro do Hotel Atlantic, interpretado em uma brilhante atuação por Emil Jannings. Homem respeitado pelos moradores de sua comunidade devido a seu cargo, o porteiro tem sua vida alterada quando recebe uma carta de seus superiores informando-lhe que ele seria rebaixado para um cargo inferior por causa de sua idade avançada. O porteiro, agora trabalhando como assistente de toilet, sente uma profunda vergonha de sua nova ocupação e decide ocultar sua nova realidade de sua família e amigos. Logo a verdade vem à tona e o porteiro não suporta tamanha humilhação.
     De acordo com o roteiro original do diretor F. W. Murnau, o filme terminaria de forma triste, onde o porteiro se refugia no banheiro do hotel e ali aguarda sua morte amargamente. Porém, por interferências da UFA, a história teve um segundo final: feliz e totalmente inverossímil, nas palavras do próprio Murnau. Nesse final, um magnata hospedado no hotel deixa sua herança para o pobre porteiro, que se torna um milionário gentil e simpático, em contraste com sua amargura inicial durante o filme.
Emil Jannings como o porteiro rebaixado à
ajudante de banheiro
     Em minha opinião, por se tratar de uma obra com um enredo simples, merecia um final possível, ou no mínimo crível. Confesso que estava torcendo para que a vida do protagonista sofresse uma reviravolta e tivesse um final feliz, porém não tão incoerente com a realidade.
     Destaque para a bela atuação de Emil Jannings, que incorpora o sofrimento da personagem de forma surpreendente e que viria a ser, anos depois, o primeiro ganhador de um Oscar na categoria Melhor Ator por sua participação em  "O Último Comando". 


Nota: 6,5

24 vistos: 977 ainda pela frente...

Próximo filme: "Sete Oportunidades" (1925)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

23º Filme: Sherlock Jr.


TÍTULO: Sherlock Jr.

TÍTULO ORIGINAL: Sherlock Jr.
ANO: 1924
DIRETOR: Roscoe Arbuckle/Buster Keaton
DURAÇÃO: 44 min

MELHOR ATOR/ATRIZ: Buster Keaton (Sherlock Jr.)




     Considerado o menor longa-metragem de Keaton, Sherlock Jr. é uma excelente obra, com uma trama simples mas muito bem elaborada e com efeitos óticos que maravilham o mais cético dos espectadores.
     No plano da realidade, vemos nosso protagonista - um projecionista e aspirante a detetive - que é acusado injustamente de roubar o pai de sua namorada. O verdadeiro ladrão é um outro pretendente da jovem que arma uma maneira de incriminar o pobre projecionista. No trabalho, o protagonista adormece e adentra o plano do fantasioso, onde consegue entrar em uma tela de cinema em uma fantástica sequência de efeitos visuais e se tornar Sherlock Jr - o segundo melhor detetive do mundo, cuja função é descobrir quem é o culpado pelo roubo de um colar de pérolas.
     Nessa curta obra de 44 minutos, Buster Keaton consegue divertir o espectador com sequências rápidas e acrobacias impressionantes, numa das quais ele conseguiu fraturar seu pescoço sem perceber. Trocas de cenário, expressões faciais típicas e  gags próprias de Keaton contribuem para o ar divertido e simples que suas obras proporcionam ao espectador.
     Em uma análise psicológica, "Sherlock Jr." adota uma temática mais complexa, refletindo sobre o tema do duplo, onde o protagonista busca obter sucesso no plano imaginário, uma vez que não é capaz de atingi-lo na realidade comum.
     Diverti-me muito ao assistir este filme que superou minhas expectativas. Uma obra mais cômica que "Nossa Hospitalidade" e, por sua vez, precursora de muitos efeitos especiais e situações humorísticas que abririam espaço futuramente para seus sucessores do gênero da comédia.

Nota: 9,5

23 filmes vistos: 978 pela frente...


Próximo filme: "A Última Gargalhada" (1924)

22º Filme: Ouro e Maldição

TÍTULO: Ouro e Maldição
TÍTULO ORIGINAL: Greed
ANO: 1924
DIRETOR: Erich von Stroheim
DURAÇÃO: 234 min (3 horas e 54 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: Zasu Pitts (Trina Sieppe)


     Baseado no romance "McTeague" de Frank Norris, "Ouro e Maldição" é a segunda obra de Erich von Stroheim a figurar na lista dos 1001 Filmes. Ao contrário de "Esposas Ingênuas", esta narrativa apresenta uma trama muito bem elaborada, fielmente adaptada ao romance de Norris, com a bela atuação de Zasu Pitts,que interpreta a gananciosa Trina.

       A história da produção deste filme é curiosa, pois o projeto inicial do diretor era de aproximadamente 9 horas. Após a ajuda de um amigo, Stroheim conseguiu reduzir o longa para 18 rolos, ou seja 4 horas de duração. Seu resultado final foi então tirado de suas mãos e entregue a um montador que o reduziu para 140 minutos (2 horas e 20 min), o que Stroheim considerou como "uma mutilação de seu trabalho sincero pelas mãos dos executivos da MGM". Posteriormente, em 1999, um restaurador reeditou o filme para as 4 horas que Stroheim tanto queria. Essa reconstituição foi feita a partir de stills da produção original e do roteiro de filmagem de Von Stroheim.

A gananciosa Trina
       A trama gira em torno da ascenção e queda do dentista John "Mac" McTeague, que deixou sua cidadezinha mineradora para se tornar dentista em São Francisco. Lá ele conhece Marcus, seu amigo e futuro rival e Trina, por quem se apaixona. McTeague se casa com Trina e esta ganha na loteria, levando ambos à uma prosperidade plena. No entanto, a ganância sobe à cabeça de Trina que começa a poupar cada dinheiro de sua renda, enquanto McTeague tem sua licença para praticar odontologia negada, o que significa o fim de sua carreira e um desemprego que acabaria com a felicidade do casal. Trina torna-se cada vez mais gananciosa e Mac cai em uma espiral massacrante de bebedeira e violência à mulher.
         
Uma das cenas mais famosas do filme é a de Trina despejando todo seu ouro na cama e deitando-se sobre ele, seu bem mais precioso. Paralelamente ao enredo inicial, há pequenas histórias de vizinhos e conhecidos que complementam a história como humor e suspense.

A impressionante cena final de "Ouro e Maldição"
no Vale da Morte
      "Ouro e Maldição" é uma verdadeira roda da fortuna para McTeague e sua mulher, que iniciam sua vida de casal com uma estabilidade financeira mas terminam em um desfecho amargo no Vale da Morte, uma região desértica da Califórnia. 
      Particularmente, não achei um filme ruim, embora seja extenso. Devo confessar que estava meio receoso de assistir a um segundo filme de Von Stroheim depois de minha experiência com "Esposas Ingênuas", mas achei esta narrativa interessante que explora excepcionalmente a influência devastadora do capital na vida de um casal feliz. A versão a que assisti é a reconstituição de 1999,que contém sequências colorizadas, principalmente em todas as imagens que apresentam o ouro como uma reluzente preciosidade.


O ouro reluzente, colorizado na reconstituição de 1999

Nota: 8,0

22 filmes vistos: 979 ainda por vir...

Próximo filme: "Sherlock Jr." (1924), outro clássico de Buster Keaton.









segunda-feira, 14 de novembro de 2011

21º Filme: A Greve

TÍTULO: A Greve
TÍTULO ORIGINAL: Stachka
ANO: 1924
DIRETOR: Sergei M. Eisenstein
DURAÇÃO: 94 min (1 hora e 34 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: nenhum


     "A Greve" marca a entrada do revolucionário diretor Sergei Eisenstein para a história do cinema soviético. Ela introduz às telas uma filosofia marxista de estética construtivista, repleto de cenas e conflitos sociais e simbolismos visuais.
     A história se passa em um distrito industrial na Rússia onde vive uma classe de trabalhadores insatisfeitos com suas condições nas fábricas. Após o suicídio de um colega de trabalho, que foi acusado injustamente de roubo por seus patrões,  o espírito revolucionário dos operários começa a fervilhar e inicia-se um levante do proletariado contra seus patrões desonestos e gananciosos.
     O filme é dividido em 6 partes que contam o desenvolvimento da greve dos operários, desde sua insatisfação inicial a seu desfecho impactante. Nessa obra, Eisenstein cria um ambiente tenso com imagens marcantes e comparações visuais nunca antes vistas no cinema. É interessante notar que em "A Greve", não há um protagonista no qual a obra gira em torno, mas sim uma grande massa de operários e seus rivais patrões. A trama não é focada em um único indivíduo mas no proletariado como um todo.
Comparações visuais na obra. Nesse caso, a interação de
 imagens do espião "O Coruja" e de uma própria coruja
     Fiquei muito intrigado e envolvido com a obra durante as três primeiras partes e o final, porém ao chegar nas partes 4 e 5, senti que a narrativa perdeu seu fluxo lógico, ou seja, perdi-me na história durante essas 2 partes intermediárias. No entanto, gostei muito das inovações visuais criadas pelo diretor, dos efeitos especiais e das cenas impactantes que concluem a obra, como um oficial de justiça atirando uma criança inocente do alto de um prédio ou mesmo a correlação entre o massacre final da guarda montada sobre os operários e fortes cenas de animais sendo abatidos em um abatedouro. 
     

Insatisfações incitam os operários a agir
     Tudo isso contribui para a construção de uma obra que seria a primeira de uma série de filmes nunca concluídos que ilustrariam a ascensão da filosofia marxista-lenista em uma nação fragilizada por conflitos internos e externos. "A Greve" é uma obra repleta de características únicas de Eisenstein, que seriam aproveitadas posteriormente em suas subsequentes obras mais famosas, como "O Encouraçado Potemkin" e "Outubro".

Nota: 6,0

21 obras vistas. 980 pela frente...

Próximo filme: "Ouro e Maldição" (1924)
     

domingo, 13 de novembro de 2011

20º Filme: O Ladrão de Bagdá


TÍTULO: O Ladrão de Bagdá
TÍTULO ORIGINAL: The Thief of Bagdad
ANO: 1924
DIRETOR: Douglas Fairbanks
DURAÇÃO: 140 min (2 horas e 20 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: Anna May Wong (escrava mongol)


  "O Ladrão de Bagdá" é sem dúvida alguma o filme mais impressionante de todos os vistos até agora em termos de cenografia. Filmado em uma locação de 6,5 acres - a maior da história de Hollywood - , Fairbanks construiu uma narrativa com efeitos especiais impressionantes para a época. Na obra, constam tapetes voadores, cavalos alados, efeitos de invisibilidade, cordas mágicas, palácios submarinos e montros míticos.
     A história se passa em Bagdá e é focada na vida do ladrão Ahmed, cujo divertimento é roubar as pessoas com seus truques e astúcia. Ahmed então se apaixona pela princesa do império, assim como ela por ele. Dá-se início então uma competição entre príncipes pela mão da jovem princesa em casamento. Cada pretendente deve partir em busca de um tesouro raro para poder conquistá-la. Ahmed, mesmo não pertencendo à realeza também entra na disputa, que marca o começo de uma magnífica odisseia na história do cinema.
     Merecem destaque ainda as impressionantes cenas com os exércitos gigantescos, precursores dos de O Senhor dos Aneis, e ainda a invasão do Império Mongol sobre a cidade de Bagdá.
    Tenho apenas uma crítica quanto ao enredo da história: se subtrairmos o figurino, a cenografia e o contexto histórico, obteremos uma história de amor entre um rapaz pobre e uma jovem princesa, algo que já se tornou muito comum e clichê na história do cinema, principalmente em Hollywood. Podemos encontrar diversos exemplos desse tipo de romance na telas nos mais variados contextos históricos e cenários.

"A felicidade deve ser merecida"


Nota: 8,5

20 filmes vistos: 981 pela frente...

Próximo filme: "A Greve" (1924)

domingo, 24 de julho de 2011

19º Filme: A Roda

TÍTULO: A Roda
TÍTULO ORIGINAL: La Roue
ANO: 1923
DIRETOR: Abel Gance
DURAÇÃO: 180 min (3 horas aproximadamente)

MELHOR ATOR/ATRIZ: nenhum

     Caros leitores, peço desculpas a todos pelo meu longo período de afastamento do blog. Não pensem que abandonei a proposta, apenas tive que me ocupar com outras de maior importância antes de retornar ao entretenimento.
     Infelizmente, meu retorno aos 1001 filmes não foi tão agradável, já que me deparei com um filme extremamente massante e dramático como "A Roda".
     A obra de Abel Gance se inicia com uma rápida sequência de imagens que retratam um acidente de trem onde uma jovem menina perde os pais e é encontrada por Sisif, um maquinista que decide adotá-la. Com o passar do tempo, Sisif e seu filho Elie começam a se apaixonar por Norma, a menina adotada 15 anos antes. Porém, a trama (sempre com um ar tenebroso) direciona o enredo pra um conflito exageradamente trágico e um desfecho com muito drama.
     Particularmente não gostei muito da estrutura da obra e muito menos de seu desenvolvimento, mas devo confessar que as referências a clássicos da literatura, misturadas às novas técnicas modernistas do filme, deram uma característica única, nunca antes vista no cinema europeu. Os conflitos de Sisif podem ser relacionados aos tormentos de Édipo (da tragédia grega Édipo Rei de Sófocles), uma vez que Sisif teme desejar uma relação incestuosa com sua filha adotiva e ainda a sua cegueira, causada por um acidente de trem. Ambos os temas, a cegueira e o incesto, são os problemas que Édipo enfrenta durante a tragédia de Sófocles. Visto que Édipo Rei é um de meus livros favoritos, não pude deixar de notar essas semelhanças com a obra.
     Outro tema que me intrigou bastante no filme foi a constante presença do elemento "roda", que admite muitos significados na trama, como por exemplo a Roda da Fortuna, que representa um equilíbrio entre sorte e azar na vida de um indivíduo. A roda também representa o trem, a modernidade, a vanguarda futurista e a roda do destino.

Nota: 2,0

19 filmes vistos. 982 pela frente..

Próximo filme: "O Ladrão de Bagdá" (1924)

sábado, 23 de julho de 2011

18ª Filme: Nossa Hospitalidade

TÍTULO: Nossa Hospitalidade
TÍTULO ORIGINAL: Our Hospitality
ANO: 1923
DIRETOR: John G. Blystone e Buster Keaton
DURAÇÃO: 74 min (1 hora e 14 min)

MELHOR ATOR/ATRIZ: Buster Keaton (Willie McKay)


     "Nossa Hospitalidade" foi um filme rápido e agradável de assistir, de fácil entendimento e com a pitada de humor mesclada à dramatização que só Buster Keaton conseguia representar.
      O filme é composto por um prólogo que apresenta ao telespectador uma rixa entre duas famílias em 1810, os Canfield e os McKay. Cada membro das famílias jura vingança pela morte de um familiar próximo. 20 anos mais tarde, o jovem McKay descobre que tem direito à casa que pertencia a seus pais e parte em uma clássica viagem de trem, sem saber que a caçula dos Canfield está sentada ao seu lado. Ambos, sem saber da rixa entre seus antepassados, tornam-se amigos, o que pode ser perigoso para o jovem McKay.
     Com um final inesperado e cenas cômicas, Keaton constrói uma trama simples, porém divertida. Um bom filme que recomendo a todos.

     Confesso que o humor exagerado da obra não me fez dar risadas, mas se o telespectador se colocar na posição de um indivíduo da década de 20, perceberá que o filme foi hilário para a época.


Nota: 7,5

18 filmes vistos. 983 pela frente..

Próximo filme: "A Roda" (1923)